O nosssss querido e antigo sssssatélite mostrasssss numa espécie de contraponto horizontal.
O que tem de mexersssss mexesssss, movesssss, olhando tudo o que o não faz. Deixando rasto e arrastando toda a água que tem dentro de sssss.
Ali o dia não nasce. Mas também não anoitece. Não chove mas também não raia o sol do meio-dia. Não faz frio porque o calor não queima na fracção de tempo em que o tempo parou. Não ssssss tem nada para fazer porque fazer implica o tempo moversssss. Não há História porque não há passado nem futuro. O presente, que é o tempo em que se assina, existe num tempo sublime e único. Faz estenderssssse no que não tem maneira de ssssse mover. A cor das coisas não vai mudar porque em nada as coisas poderiam mudar ausentes do tempo.
E nós, todos nós, parados numa ataraxia geral. Não dispomos de mais nada alem de uma voz interior, num tom grave e alheio ao próprio corpo, que sssssangra os olhos por não ter como fazê-los piscar.
E a morte deixa de ssssser conceito para deixar de existir numa vida que sssssopra a dança que o ssssser implica. E a nudez dos corpos é fria como a do metal, porque aprendeu a estar como todas as coisas que ainda não nos ensinaram a estar cá para ssssser.
O que tem de mexersssss mexesssss, movesssss, olhando tudo o que o não faz. Deixando rasto e arrastando toda a água que tem dentro de sssss.
Ali o dia não nasce. Mas também não anoitece. Não chove mas também não raia o sol do meio-dia. Não faz frio porque o calor não queima na fracção de tempo em que o tempo parou. Não ssssss tem nada para fazer porque fazer implica o tempo moversssss. Não há História porque não há passado nem futuro. O presente, que é o tempo em que se assina, existe num tempo sublime e único. Faz estenderssssse no que não tem maneira de ssssse mover. A cor das coisas não vai mudar porque em nada as coisas poderiam mudar ausentes do tempo.
E nós, todos nós, parados numa ataraxia geral. Não dispomos de mais nada alem de uma voz interior, num tom grave e alheio ao próprio corpo, que sssssangra os olhos por não ter como fazê-los piscar.
E a morte deixa de ssssser conceito para deixar de existir numa vida que sssssopra a dança que o ssssser implica. E a nudez dos corpos é fria como a do metal, porque aprendeu a estar como todas as coisas que ainda não nos ensinaram a estar cá para ssssser.
6 Comments:
"que sssssangra os olhos por não ter como fazê-los piscar."
Há um poder na descrição escura que nos faz desejá-la. Se despirmos o fato do mundo, será que nos aproximam as vozes, ou nos afastam o toque. Vou ficar a pensssssar nisso.
liiindo. Mesmo.
beijos
boa forma de descrever a lua..essa minha amiga e confidente e mãe da natureza no seu lado mais obcuro, real, humano mesmo!
O ser heterogeneo que ela é ajuda-nos a não esquecer que há sempre o outro lado e que a estatística nunca é para aqui chamada.
Obrigada...vou reflectir!
inquietamente, esta paralesia das coisas, do ser e das palavras faz-me lembrar um mundo que não se mexe pq, simplesmente, está a dormir. E é um sono tão profundo que sonha. E não acorda. E assim, parado, "arrastassss".
Curioso, há dias reflecti sobre ser-se neste mundo...
(já agora: http://comoumsoproestranho.blogspot.com)
este texto está magnifico. gostava de ter mais palavras.. mas,
parabéns ricardo.
Já escrevias hã!!!!!?????????
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