quinta-feira, novembro 20, 2008

Quando tudo cai, cai sem escada de emergência.
Lembro-me de ser mais novo e não ter qualquer ideia, conceito, aquilo que fosse, sobre a possibilidade de umas escadas de emergência.
A simplicidade do Mundo, sem obviar, não tinha qualquer requisito emergente. Não tinha emergências para além das fisiológicas.
Desde tenra idade a qualidade do emergente sempre foi um mistério.
Por outro lado, sem saber, vivi sempre como todos os outros num Mundo emergente. Onde a constante é a transformação. Onde as palavras não me saíam bem e eu não sabia porquê. Facto que continuo a desconhecer.
Onde a urgência de gratitude se impunha soberana numa relação aberta com o social.
Tenho imenso a agradecer a todos. Sinto que sou previlegiado pelos amigos que tenho. Fui moldado para ser melhor, cada vez melhor e para melhor amigo ser.
Os meus pais são o que nunca vou conseguir ser. Sei-o com a simplicidade de tudo o que cai. As palavras continuam a não sair. A minha gaguês, é um defeito que mergulha nos defeitos de todos nós e o inverso também é possível. Os muros costumam cair no defeito e é para isso e por isso que a compreensão urge.
Quando se esconde um defeito ergue-se um muro.
Quando se ergue um muro constroi-se uma escada de emergência.
Afinal sempre lá estiveram as escadas. Fui eu quem nunca as consegui ver.
Estou rodeado de árvores num final de tarde e as folhas só agora começaram a cair.

1 Comments:

Anonymous Bárbara said...

Apesar de vir com quase um ano de atraso, adorei!



Bárbara

24 outubro, 2009  

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